Para volver a la página principal del CubDest Servicio de Difusión , clique en el botón de retroceso de su browser, o en http://www.cubdest.org/

Revista "Catolicismo", Brasil, No. 578, Febr. 1999

Cuba:

40 anos de comunismo

O genocídio físico e espiritual de um povo diante da indiferença, quando não da cumplicidade, de muitos dirigentes ocidentais

 

Gonzalo Guimaraens

No dia 1o de janeiro de 1999 comemorou-se o 40o aniversário do nefasto regime comunista de Cuba, a ilha-cárcere do Caribe. O saldo da revolução cubana não podia ser mais desolador: 12.000 fuzilados no "paredón"; 400.000 cubanos que passaram pelos cárceres e campos de concentração como prisioneiros políticos; dezenas de milhares afogados no mar ao tentar fugir do comunismo; os mais altos índices de suicídios e abortos do Hemisfério; miséria material, devido à ineficiência do regime socialista; exportação, durante décadas, da sangrenta revolução à América Latina e África... (1)

Indiferenças e cumplicidades

Esse trágico panorama vem se desenrolando diante de tantas indiferenças, quando não de cumplicidades, de muitos dirigentes ocidentais. É o que acaba de denunciar em Miami um representativo grupo de personalidades cubanas exiladas, em manifesto estampado no "Diário Las Américas" (2):

"Transcorridos quarenta longos anos da nefasta revolução comunista em Cuba, e passado um ano da histórica viagem de S.S. João Paulo II à ilha cárcere - que tantas expectativas de liberdade despertara em milhões de cubanos -, presenciamos nos Estados Unidos, Canadá, Europa e América Latina uma série de iniciativas diplomáticas, políticas e financeiras que, direta ou indiretamente, favorecem o prolongamento do regime comunista", afirmam os desterrados cubanos.

"Castrismo sem Castro"

O documento denuncia a continuação de planos dos seguidores de Fidel Castro para perpetuar o regime comunista num eventual cenário pós-Castro: "Tentar-se-á fazer passar de contrabando, rumo ao século XXI, os supostos 'sucessos' do comunismo cubano, tencionando implantar uma sorte de castrismo sem Castro que poderá prolongar ainda mais a agonia de nosso querido povo".

Filial perplexidade

Em outra passagem dessa importante declaração, os desterrados cubanos, ao mesmo tempo em que proclamam sua plena adesão e veneração ao Santo Padre, "em toda a extensão em que a doutrina da Igreja assim o pede, não podemos deixar de manifestar filialmente, como um imperativo de nossas consciências, nossa profunda dor e perplexidade diante da recente mensagem papal de congratulação, onde se alude ao aniversário da revolução cubana como sendo 'a Festa nacional' de Cuba". Perguntam: "Como poderíamos considerar como 'Festa nacional' uma trágica data que, ao contrário da libertação do povo cubano, marcou o começo de uma longa opressão comunista de quatro décadas, de miséria para o povo, de perseguição e asfixia para os católicos, de exportação da revolução para a América Latina e África, enfim, de genocídio espiritual e material de uma nação?"

Fraude castrista

Outro aspecto fundamental, indispensável para se compreender a atual conjuntura cubana - e as artimanhas comunistas tentando a sobrevivência do regime - é a fraudulenta política religiosa castrista, que tem como objetivo conseguir a crença, por parte da opinião pública mundial, de que os católicos cubanos já não sofrem perseguição. Um dos lances mais recentes dessa enganosa coreografia foi a declaração do Bureau Político do Partido Comunista de Cuba (PCC), em dezembro p.p., na qual, contra todas as evidências históricas, afirma-se cinicamente que "a revolução cubana nunca se caracterizou por um espírito anti-religioso". Tal declaração foi refutada com abundantes dados históricos pela Comissão de Estudos pela Liberdade de Cuba, num ensaio lançado em dezembro p.p., intitulado Cuba e os católicos: o Partido Comunista mente!.

A declaração do PCC chega a insinuar que Cuba poderia ser um laboratório social, no qual germinaria uma sui generis convergência comuno-católica rumo ao século XXI, que tornaria realidade velhos sonhos e utopias de teólogos da libertação, hoje aparentemente derrotados. Mas, sem dúvida, a Virgem da Caridade do Cobre, Padroeira de Cuba, saberá aniquilar esses sinistros planos, que redundarão em fracasso.

Notas:

1) Cfr. Sergio F. de Paz et alii., Cuba comunista: vergonha de nosso tempo e de nosso continente, Miami, 1997, cap. 1.

2) 1999: La causa de la libertad de Cuba y el destierro cubano en la mayor encrucijada de su Historia, Comisión de Estudios Por la Libertad de Cuba e grupo NoCastro.com, "Diario Las Américas", Miami, 17-1-99.

 

Para volver a la página principal del CubDest Servicio de Difusión , clique en el botón de retroceso de su browser, o en http://www.cubdest.org/