Abril 18, 2002: Correio Popular, Campinas (SP)

Itamaraty-Cuba: desejamos ouvir uma resposta convincente

Maria das Graças de Arruda Salgueiro irinna@terra.com.br

Em 18 de março p.p. começou o 58º período de sessões da Comissão de Direitos Humanos (CDH) da ONU, em Genebra. Não se sabe ainda quais dos mais de 50 governos ali representados se animarão a apresentar moções de condenação pelas afrontosas violações dos direitos de Deus e dos homens em Cuba e na China. São 12 milhões de cubanos aprisionados na ilha-cárcere há 43 anos e 1.200 milhões de chineses asfixiados detrás de uma "grande muralha" comunista de vergonha, opressão e sangue, durante um período maior ainda.

É explicável que o ex-preso político cubano e ex-embaixador dos EUA na CDH, tenha perguntado recentemente: "Como entender que o governo do Brasil – com sua influente chancelaria, o Itamaraty – junto com os governos do México, da Colômbia, do Peru e do Equador continuem, ano após ano, com uma política própria de Pilatos em relação ao drama cubano, lavando suas mãos com um voto de abstenção?"

O Itamaraty, que com afinco trabalha para que nosso Brasil ocupe no cenário internacional o lugar de liderança que merece, tem a palavra. Incontáveis brasileiros e brasileiras, amantes da liberdade, desejamos ouvir uma resposta convincente.